O governo japonês anunciou neste domingo (10) que as autoridades de saúde do país encontraram uma nova variante do Coronavírus em quatro viajantes que estiveram no Brasil e voltaram ao Japão em 2 de janeiro.
De acordo com o Ministério da Saúde do Japão, os quatro infectados estiveram no Amazonas — não há detalhes sobre as cidades onde eles estiveram.
Eles apresentaram uma variante semelhante às que se disseminaram rapidamente no Reino Unido e na África do Sul e que preocupam por apresentarem maior capacidade de contágio.
Segundo o governo japonês, esses pacientes são:
- Um homem com cerca de 40 anos que chegou ao Japão sem sintomas, mas que, posteriormente, foi internado com dificuldades para respirar;
- Uma mulher com cerca de 30 anos, com dores de cabeça;
- Um jovem de idade entre 10 e 19 anos, com febre;
- Uma jovem também com idade entre 10 e 19 anos, assintomática.
Procurado pelo G1, o Ministério da Saúde brasileiro disse, por meio de sua assessoria de imprensa, que não tem informações sobre os casos relatados no Japão.
O Amazonas, até este domingo, não tinha casos confirmados das novas variantes do Coronavírus. No sábado, o estado chegou a 184.268 casos da Covid-19 e 4.972 mortes pela doença. Os números vêm subindo nas últimas semanas.
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No Japão, a chegada das novas variantes em dezembro fez o governo proibir a entrada de todos os estrangeiros e declarar estado de emergência, inclusive na capital Tóquio, a menos de 200 dias dos Jogos Olímpicos.
Variante mais contagiosa
O Instituto Nacional de Doenças Infecciosas (NIID, na sigla em inglês), ligado ao governo japonês, explica que a variante detectada nos viajantes que estiveram no Brasil é a B1.1.248 com 12 mutações na proteína de pico.
Ela é semelhante aos vírus encontrados na África do Sul e que geraram preocupação por parte de autoridades de saúde pela alta capacidade de disseminação.
No comunicado, o NIID alerta que uma dessas mutações é a E484, que preocupa por afetar a capacidade de anticorpos monoclonais neutralizarem a infecção por coronavírus nas células.
“Existe a preocupação de que a imunidade convencional contra o vírus possa ser menos eficaz contra vírus com a mutação E484”, diz o órgão de saúde japonês.
Do ponto de vista clínico, no entanto, não há até o momento indícios de que essas novas variantes causem sintomas mais graves da Covid-19 ou tornem a doença mais letal.
Uma variante semelhante a essa causou, em Salvador, um dos poucos casos de reinfecção da Covid-19 no Brasil confirmados até agora.